quinta-feira, 9 de junho de 2011

A importância do estudo

Após as publicações da chamada fase científica da obra de Chico Xavier, tornou-se recorrente, em alguns grupos de estudo mediúnico, o discurso de que “tudo o que tinha ser estudado em relação aos fenômenos mediúnicos já foi feito”  e que “neste momento de transição planetária, o objetivo principal dos grupos mediúnicos é o resgate e auxílio aos espíritos sofredores”.

Prevalecendo esta idéia, é natural que ocorra uma acomodação intelectual dos médiuns e dirigentes, que deixam de estudar, refletir sobre a sua própria mediunidade a natureza das comunicações que foram permitidas por seu intermédio. Em muitos casos, os grupos de estudo acabam se tornando apenas grupos de leitura repetitiva, sem uma discussão mais crítica das obras.

Concordamos que o trabalho mediúnico tenha como principal objetivo o ato da caridade, mas, para que este ato seja executado com maior eficiência, os médiuns necessitam, cada vez mais, se “atualizar”, oferecendo assim, ao mundo espiritual, um meio mais eficaz para o resgate desses irmãos.

Novas informações

Da mesma maneira como ocorre no plano físico, a sociedade, no plano espiritual, também evolui, se modifica. É possível perceber isso nas reuniões mediúnicas, em que, muitas vezes, os espíritos narram situações nem sempre registradas pela literatura espírita.

Atualmente, há mais desencarnes prematuros provocados por overdose de drogas, desastres automobilísticos, suicídios, assassinatos, tragédias coletivas, etc. Da mesma maneira que determinadas situações são novas para os espíritos, também o são para os médiuns e dirigentes. Muitas vezes, as informações existentes não são suficientes para nos auxiliar sobre como agir.

No momento do diálogo, os espíritos comunicantes nos transmitem importantes informações sobre a situação que se encontram, as quais, não raramente, são ignoradas pelos participantes do grupo. Se registradas, juntamente com as sensações psicofísicas que ocorrem com os médiuns no momento da comunicação, podem ser de utilidade para que, em outras situações semelhantes, o trabalhador possa atender melhor esses irmãos.

Notamos também que, algumas faculdades como o desdobramento espiritual e a psicometria estão ocorrendo com maior frequência nos grupos mediúnicos. Mesmo com as instruções transmitidas por André Luiz, entre outros escritores e estudiosos do Espiritismo, ainda não temos um compêndio estabelecido sobre o assunto. Em alguns casos, essas informações se mesclam com conceitos de outras correntes espiritualistas, como a umbanda e a apometria.

Assim, a análise dos relatos nos possibilita compará-los com os já exitentes na literatura espírita, agregando as novas informações para que os médiuns e estudiosos aprimorem o conhecimento, possibilitando um melhor desenvolvimento e utilização de suas faculdades.

Perguntar, pode?

Há o receio de fazer perguntas aos espíritos alegando que seria falta de respeito. Entendemos, porém, que só existe falta de respeito quando a pergunta é feita com interesses pessoais.

Todo o conhecimento sobre a realidade espiritual foi obtido por meio de questões. Porém, essas devem ter intuito de esclarecer ao homem quais os motivos da existência, difundir as verdades contidas dos ensinamentos de Jesus Cristo e revelar caminho que devemos seguir para evoluir até chegar novamente ao Pai Criador.

Quando os objetivos do grupo estão em harmonia com os principios doutrinários, as peguntas e o diálogo amoroso nos propociam uma maior quantidade de informações para descobrirmos embustes, auxiliar no resgate desses irmãos necessitados e nos instruir a viver de acordo com a moral Cristã.

Refletindo

Certamente, estas situações não são uma realidade consolidada no Movimento Espírita. Podemos citar diversos autores consagrados cujo estudos e  obras contribuem para expandir o conhecimento da doutrina, entre eles Yvonne do Amaral Pereira, Francisco Cândicdo Xavier, Herculano Pires, Herminio Miranda, Marlene Nobre, Richard Simonneti, entre outros.

Atualmente, no Brasil, há XX milhões de espíritas e, consequentemente, um grande muito número de centros espíritas que promovem e estimulam o estudo. Por isso é importante refletirmos sobre o papel dos grupos de estudos das casas espíritas.

Toda comunicação nos oferece informações peculiares, mas que, muitas vezes, são esquecidas ao término dos trabalhos. Essas informações, se registradas e organizadas, podem contribuir, no mínimo, para enriquecer o conhecimento do próprio médium e do grupo que ele faz parte. Se compartilhadas, podem contribuir para o conhecimento comum.

Deveríamos retomar Kardec e entender que o Espiritismo é uma ciência que se estabeleceu a partir de várias vozes e está em constante transformação. Assim como no início o codificador estudou diversas comunicacoes espalhadas pelo mundo, essas transformações se dão, não apenas com as instruções e obras dos grandes autores, mas também com os mais simples trabalhos que acontecem no dia a dia das casas espíritas. E assim, cada um de nós é uma pedrinha dessa infindável edificação.

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